Fator XPTO: Vinhos que soam bem!

João Tereso: “Tudo começou com uma paixão pelo vinho e acabou numa paixão pela vinha. Quando, em 2016, fiquei a saber que as pequenas parcelas de vinha do meu avô, em Alcobaça, iam ficar ao abandono, estava longe de imaginar onde isso me levaria passados estas anos. A história começa aí, completamente ao acaso, quando decido empenhar-me a tomar conta dessas parcelas para impedir o abandono, mesmo sem grande conhecimento de viticultura, mas determinado em produzir uvas e delas fazer vinho. Com a ajuda do Rodrigo Martins, de um ano agrícola extraordinário na região e dos amigos (afinal, por alguma razão se chamam enófilos) que vieram à vindima, 2017 é o primeiro ano de vinhas e vinhos e dificilmente podia ter sido um arranque melhor. O “bichinho” tinha-se definitivamente instalado e assim em 2018 já tomávamos conta, com histórias rocambolescas pelo meio, de mais duas parcelas de vinha ali no vale, também elas abandonadas ou em vias de conhecerem esse destino. Paralelamente à carreira de técnico de som tinha acabado de arranjar não outro emprego mais sim muito, muito trabalho.

O objetivo desde o início sempre foi o de fazer vinhos genuínos, que mostrassem de onde e ao que vinham, simplesmente de… uvas. À medida que os anos foram passando a visão foi-se consolidando, fomos conhecendo melhor as vinhas, as castas e os desafios da viticultura, desde 2021 é em modo de produção biológico, e sobretudo da vinificação com baixas doses de sulfuroso e altas doses de cuidados e atenção.

Os Chinado assumem várias cores e formas na garrafa mas têm em comum as melhores uvas que conseguimos produzir a cada ano, de vinhas entre 40 e 80 anos de idade, vinificações tradicionais em celhas abertas, cubas de inox e barricas usadas. Com leveduras indígenas, com tempo, com amor, sem retirar nem adicionar (quase) nada.

Porque os vinhos fazem-se mesmo na vinha.”